Media Watch

Um olhar sobre o que se vai passando com os media

30 novembro 2006

Profissionais dos media regozijados com seminário sobre Tendências do Jornalismo


Os participantes no Seminário sobre as Tendências do Jornalismo Contemporâneo, encerrado hoje em Luanda, consideraram "extremamente" importante a sua realização pelos temas actuais e pelo nível de debate apresentado pelos prelectores.

Em declarações à Angop, momentos após o encerramento do fórum, os participantes disseram sair do evento com uma mais-valia no desempenho diário das suas funções, chamando atenção do órgão de tutela sobre a necessidade de acções do género se repetirem, estendendo-se a todas as províncias do país para o melhoramento do exercício da actividade.

Para o jornalista da Angop José Chimuco, numa altura em que se avizinham grandes desafios para os jornalistas angolanos traduzidos não somente na consolidação da paz mas sobretudo na realização das segundas eleições no país foi de grande importância a realização do encontro.

"Ora neste momento em que as novas tecnologias dominam o mundo e têm um papel fundamental na trasmissão de qualquer mensagem de comunicação para os mais diversos públicos, acho que acções deste género, hoje em que a internet é, de facto, a joia do desenvolvimento jornalístico em todo o mundo, são extremamente importantes. Nós jornalistas angolanos da comunicação estatal e privada saímos com uma mais-valia no desempenho diário das nossas funções" - frisou.

Segundo ele, os temas escolhidos coincidiram com as expectativas propostas na medida em que saímos todos a ganhar.

"É sempre positiva enquanto formos profissionais e penso que todos dias estamos e precisamos de aprender com os outros e transmitir a nossa experiência. Foi o que ficou aqui patente com a organização" - frisou.

Dionísio de Almeida, da Rádio Nacional de Angola (RNA), referiu que a sessão foi valiosa para o jornalismo angolano, porque abordou, de uma forma geral, aspectos que ajudam os profissionais no campo de trabalho a desenvolver a sua acção de uma forma mais profissional, dentro da experiência transmitida pelos palestrantes.

Por outro lado, acrescentou, esta acção a nível do ministério de tutela deve se estender às outras províncias.

Sobre os temas abordados, foram selecionados de acordo com o contexto como o jornalismo e digitalização, a ética jornalística, o campo da comunicação social a nível das instituições, e importantes para o exercício do jornalismo e também pelos profissionais ligados a algumas áreas complementares.

Quanto aos palestrantes considerou de grande relevo pela capacidade e o conhecimento, a experiência e o nível demonstrado.

Promovido pelo ministério de tutela, o fórum foi uma oportunidade para a discussão dos novos desafios da comunicação social, numa reflexão sobre o impacto das novas tecnologias na actividade jornalística, a credibilidade e a responsabilidade profissional, o papel das assessorias de comunicação dos órgãos públicos.

Durante a sua vigência foram abordados temas como "O correspondente de imprensa na cobertura de crises e conflitos internacionais em tempo de web", "Introdução ao jornalismo digital e Revistas electrónicas","A questão da credibilidade no jornalismo" e Assessoria de comunicação em órgãos públicos".

in AngolaPress

Recolha e Colocação: José Santiago

Apanhados televisão Portuguesa ( RTP1 e TVI )

29 novembro 2006


Televisão ainda não faz uso óptimo da Net

Ana Pago

À luz do actual jornalismo online e do modo como o jornalismo televisivo de referência usa a Net no estrangeiro, o alerta dos investigadores é incisivo: "As edições online das televisões generalistas portuguesas ainda estão longe de uma apropriação optimizada das potencialidades" da Rede, afirmam Gustavo Cardoso e Sandra Amaral no relatório do Observatório da Comunicação (OberCom) para 2006.O País tem aproveitado as mais- valias do ciberespaço, "as televisões servem-se cada vez mais da sua presença online para projectar uma imagem de actualidade e modernidade" junto do público. "Neste momento, a grande maioria [de jornalistas] olha-nos com algum desdém", confirma o subcoordenador da redacção online da SIC, Ricardo Rosa, referindo-se ao sentimento de desvalorização que as redacções principais manifestam pelo trabalho online. Uns chamam-lhes jornalistas de secretária, "outros pensam que estamos a copiar o trabalho deles". Felizmente para o responsável, "é uma maioria menor do que era há quatro anos, vai havendo uma integração".Por acreditar no papel do multimedia, o coordenador da redacção online da TVI, Paulo Bastos, lamenta a falta de tempo ditada pelas prioridades editoriais (as notícias de última hora) e a escassez de recursos humanos, técnicos e financeiros. Já José Alberto Carvalho,garante que "as unidades multimedia das estações de televisão têm um papel muito importante de desbravar caminho e de solucionar problemas com que se defrontam as equipas de produção convencionais". Conteúdos noticiosos e manchetes diferem na homepage e no alinhamento dos telejornais."Damos notícias que não são interessantes para o público generalista do Jornal Nacional mas são para nós", apoia Paulo Bastos. Ainda distante, o caminho tende, contudo, "para que as redacções multimedia concentrem a parte de leão da produção", prevê José Alberto Carvalho. O futuro o dirá.

Fonte: Diário de Notícias

Recolha e Postagem: Joana Martins

Guerra civil nos media americanos


Os iraquianos travam uma guerra civil. É desta forma que a imprensa americana trata agora o conflito apesar do presidente George W. Bush ter recusado utilizar a expressão à chegada à Estónia. Os factos confirmam a mudança de tom. Esta manhã, a explosão de duas viaturas em frente à morgue do hospital de Yarmouk, em Bagdad, fez pelo menos quatro mortos e quarenta feridos. A primeira explosão ocorreu junto a um grupo de iraquianos que tinha vindo reclamar os corpos de vítimas do dia anterior. O segundo rebentamento foi desencadeado à chegada da polícia.

O conflito permanece sem solução numa altura em que as forças estrangeiras abandonam o Iraque. Ontem o governo italiano afirmou que os últimos militares vão deixar o país em Dezembro. E Londres manifestou a intenção de reduzir em vários milhares de homens o contigente britânico no próximo ano. Enquanto isso os representantes do novo poder são visados. O governador da província de Kirkuk escapou a um novo atentado esta segunda-feira.


in euronews.net

Recolha e Colocação: José Santiago

Media Capital e RTP querem Adelino Faria


Media Capital e RTP querem roubar à SIC um dos seus profissionais mais conhecidos. A empresa presidida por Pais do Amaral e a televisão pública já convidaram João Adelino Faria, apurou o CM.

O jornalista está muito dividido, sabe o nosso jornal. O pivô, asseguram-nos várias fontes, gosta muito da SIC – é fundador – e tem grande admiração por Francisco Pinto Balsemão, o qual também aprecia muito as capacidades de João Adelino Faria. Mas, por outro lado, as propostas que lhe fizeram a Media Capital e a RTP “são aliciantes, não apenas do ponto de vista financeiro”, refere uma das nossas fontes, frisando que o amigo “é mal pago, se compararmos a sua importância para a estação relativamente a outros colegas mais bem remunerados”.

A aceitar o convite da Media Capital, João Adelino Faria não iria trabalhar inicialmente para a TVI. O objectivo seria colocar o jornalista num lugar de destaque do Rádio Clube Português, que, recentemente, comemorou o 75.º aniversário. A emissora, como já anunciou o seu director, Luís Osório, apostará forte na Informação e, por isso, pensou no jornalista da SIC. Mas o ingresso na rádio do grupo presidido por Pais do Amaral seria transitório. Ao fim de algum tempo, o pivô passaria para o canal de televisão dirigido por José Eduardo Moniz, evitando-se, assim, uma transferência directa de uma estação de TV para outra concorrente.

João Adelino Faria não quer comentar os convites que lhe dirigiram nem se decidirá, pelo menos, até ao final da semana. A razão é simples: Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, o grupo que detém a SIC, está no México, onde participa numa iniciativa ligada aos media.

O jornalista trabalhou no ‘Sete’, ‘Jornal’, Correio da Manhã Rádio e foi desafiado por Emídio Rangel a entrar na SIC. Passou pelo Internacional, foi correspondente em Londres e a direcção da SIC Notícias no consulado de Cândida Pinto e José Manuel Mestre apostou nele para trabalhar na sede, onde, hoje, tem o estatuto de “peça fundamental” do canal de Informação, como sublinha um dos seus companheiros com mais experiência.
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in Correio da Manhã

Recolha e Colocação: José Santiago

27 novembro 2006

Marcelo contesta projecto de lei da TV

Só o tribunal deve poder exigir a suspensão de programas de televisão e não a Entidade Reguladora da Comunicação Social, disse ontem Marcelo Rebelo de Sousa durante o programa ‘As Escolhas de Marcelo’, da RTP 1.

Segundo o analista, apesar de se verificarem “alguns abusos” em matéria de exposição de violência e pornografia no pequeno ecrã, essa seria uma medida excepcional, a ser tomada em situações também elas excepcionais.
No entanto, o analista é a favor da mudança de alguns itens na lei que actualmente regula a actividade das televisões, nomeadamente naquela que diz respeito à atribuição de licenças de funcionamento.
O Governo quer que as televisões tenham licenças de difusão apenas durante um período de cinco anos, o que Rebelo de Sousa aplaude.
Num programa em que falou também da guerra do Iraque, para citar Henry Kissinger (“não há vitória possível” no conflito naquele país), Rebelo de Sousa disse ainda que os portugueses têm o direito de ser esclarecidos sobre alguns temas até agora quase tabu na sociedade portuguesa.
Falava assim a propósito do futebol (caso José Veiga) e da Banca (‘Operação Furacão’). “Ninguém está acima da lei e os portugueses têm o direito de saber a verdade”, afirmou. Para o analista é fundamental saber o que se passou com as entidades bancárias envolvidas na investigação ordenada pelo Governo, assim como saber o que esteve por trás da transferência de João Pinto.

Fonte: Ana Maria Ribeiro, in Correio da Manhã
Recolha & Postagem: Igor Pinto


Ministro recusa limites à liberdade de programação


O ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela a Comunicação Social, garantiu ontem que o anteprojecto da Lei da Televisão proposto pelo Governo não introduz novos limites à liberdade de programação dos operadores televisivos. Citado pela agência Lusa, Augusto Santos Silva considerou "completamente descabida" a notícia do semanário Expresso de que o Governo dá poder à Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) ) para censurar televisões e assegurou que na nova lei para o sector se vão manter os actuais dois limites à liberdade de programação dos operadores televisivos, previstos na legislação nacional e comunitária.

São eles, a não transmissão de programas que incitem ao ódio, designadamente racial, e programas que contenham violência gratuita ou pornografia. O governante explicou ainda que "esses limites estão na actual Lei da Televisão e vão manter-se na próxima".

De acordo com o ministro, a ERC já tem actualmente capacidade de suspender cautelarmente programas, quando verificar indícios fortes da prática continuada de infracções.


Fonte: in Jornal de Noticias
Recolha & Postagem: Igor Pinto

Novo canal em Português

O Canal de Língua Portuguesa (CLP TV) é a nova estação de língua portuguesa dedicada às comunidades lusófonas de toda a Europa. O arranque está previsto para amanhã em Paris.
O canal funcionará, até Dezembro, durante uma hora, diariamente, com imagens de autopromoção, altura em que passará a quatro horas diárias e, posteriormente, a oito. A estação, que dará emprego a 70 pessoas, contará com 14 correspondentes em várias cidades do Velho Continente e nos países de Língua Portuguesa.
O director do CLP TV, António Morais Cardoso, confirmou que o arranque oficial do canal será apenas em Fevereiro. Nessa altura, poderá ser visto não só na Europa, mas também em África. E estará no ar 24 sobre 24 horas.
A criação de uma estação com esta estrutura em França já é antiga, mas a existência dos canais internacionais da SIC e RTP 1 levou a um adiamento da ideia. O director da CLP TV refere, contudo, que os emigrantes não se sentem “totalmente representados” pelos dois canais e, por isso, decidiram criar a CLP TV.
O canal, que é apoiado por 30 empresários portugueses radicados em França, terá um cariz generalista, com 70% da programação transmitida em língua portuguesa.
Fonte: A. L. com Lusa, in correio da manhã
Recolha & Postagem: Igor Pinto

24 novembro 2006

Investimento publicitário em Portugal cresceu 15,4% em Outubro

De acordo com a Media Monitor, o investimento publicitário em Portugal atingiu os 382,9 milhões de euros em Outubro, o que representa um aumento de 15,4% face aos 333,7 milhões de euros registados em Setembro.
O relatório mensal adianta ainda que o investimento subiu em todos os meios, com a televisão a angariar 269,5 milhões de euros, a imprensa a registar receitas publicitárias de 68,9 milhões de euros e a rádio a apresentar receitas de 23,4 milhões de euros.
Desde o início do ano o investimento publicitário totaliza 3,33 milhões de euros, com a televisão a receber 2,35 milhões de euros, a imprensa 594 milhões de euros e a rádio a encaixar 2,25 milhões de euros.
Fonte:Diário Económico
Recolha e Postagem: Altino Pinto

Reportagens vídeo chegam ao EXPRESSO

O site do EXPRESSO publicou a primeira reportagem vídeo produzida por uma jornalista que até aqui limitava o seu trabalho à escrita. À semelhança do que já acontece nalguns jornais internacionais, o EXPRESSO passa assim a disponibilizar aos seus leitores mais um conteúdo multimédia.

A reportagem de Paula Cosme Pinto é um olhar rápido pelo 16.º Congresso das Comunicações. E é exactamente assim que queremos que seja, até porque a existência destes vídeos não implica que deixe de se escrever um texto sobre o assunto. Muito pelo contrário, o vídeo torna-se mais um elemento do pacote informativo que queremos dar aos leitores. Cada vez mais multimédia, cada vez mais diversificado.

Temos consciência que há detalhes a melhorar, mas o importante era dar este passo. Daqui para a frente, tendo em conta o «feedback» que recebermos - tanto de quem trabalha connosco como de quem nos visita no site -, começa a tarefa de limar as arestas. Vamos apenas acertar detalhes, pois a ideia não é sermos jornalista televisivos, até porquequando queremos reportagens de profissionais de televisão vamos pedi-las a quem percebe do assunto. Prova disso é a reportagem da SIC que também colocámos no ar, numa acção de convergência entre meios do grupo: "A prisão-escola do 115", da autoria de Pedro Coelho com imagem de Rui do Ó e montagem de André Marques.

http://expresso.clix.pt/multimedia/
Fonte: Expresso

Recolha e Postagem: Altino Pinto

Cultura para os media

A cultura não recebe atenção suficiente por parte da comunicação social, concluíram vários jornalistas da imprensa, rádio e televisão presentes no primeiro dia de colóquio Cultura e Comunicação Social.
...+
Fonte: A Cabra

Recolha e Postagem: Altino Pinto

TVI teme intromissão do Governo na programação

O director-geral da TVI considera «perigosíssima a intromissão dos governos em áreas que manifestamente não lhes dizem respeito», segundo reacção de José Eduardo Moniz ao anteprojecto de proposta de lei da televisão, apresentada na segunda-feira. ...+

Fonte: Diário Digital
Recolha e Postagem: Altino Pinto

Os Aristocratas



Já todos ouvimos a expressão, quem conta um conto acrescenta um ponto, pois é, seguindo essa premissa o realizador Paulo Provenza trás-nos este documentário, Os Aristocratas.

O documentário é todo acerca de uma anedota muito célebre no mundo humorístico, uma anedota que todos os grandes humoristas sabem, mas cada vez que é contada tem sempre algum elemento novo. É este o pretexto para juntar 100 dos maiores comediantes dos Estados Unidos a desconstruir uma anedota que já é contada à mais de 100 anos.

A evolução da anedota ao longo do tempo, ou a maneira como é contada é o que torna este tema interessante. Alguma vez saberemos a sua versão original? Seria o nome original da anedota Os Aristocratas? Poderá uma anedota centenária ainda ter piada?

O filme tem, também, um site onde qualquer pessoa pode ir e gravar a sua versão d' Os Aristocratas, podendo a ssim ver qual é a abordagem de cada um a esta piada.

O filme encontra-se diponível para venda em portugal.



Colocado por: José Santiago

23 novembro 2006

Valorizar a identidade Cultural


A programação do serviço público de televisão deve, segundo o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, “valorizar a identidade cultural nacional de uma forma cosmopolita”.

A afirmação foi feita na sessão de abertura do colóquio ‘Cultura e Comunicação Social’, que decorre, até hoje, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra.
Falando sobre o tema ‘As responsabilidades culturais do serviço público de comunicação social’, Santos Silva apontou ainda a necessidade de se incluir “informação sobre bens e actividades culturais” e formatos que valorizem “a língua portuguesa e a produção criativa”.
O ministro, que alargou as suas consideraçãos ao contexto radiofónico, considera que o serviço público deve-se constituir “como alternativa não comercial”, traduzindo “uma política pública de intervenção no mercado” e orientando os cidadãos para a cidadania.
Recolha & Postagem: Igor Pinto

Generalistas emitiram 535 horas de publicidade em Outubro


Os quatro canais generalistas portugueses de sinal aberto emitiram em Outubro 535 horas de publicidade, resultantes de 65.766 spots publicitários.

De acordo com os dados da Mediamonitor citados pela Marktest este montante - que não contempla as auto-promoções da RTP1, 2:, SIC e TVI - equivale a uma média diária de 530 inserções publicitárias por canal, numa média de quatro horas por cada estação.

Comparativamente ao período homólogo de 2005, o número de spots publicitários emitidos por estes quatro canais registou uma ligeira quebra de 3,4%.

Nos primeiros dez meses do ano, o mês de Maio foi o que totalizou o maior número de inserções publicitárias, com 68.148 spots emitidos pelos quatro canais, situando-se no pólo oposto o mês de Fevereiro, com 55.003 spots publicitários.

Adriano Nobre
Meios e Publicidade

Recolha: André Pereira

Colocado por: André Pereira

22 novembro 2006

Portugal é décimo em Liberdade de Imprensa

21 novembro 2006

No jornalismo, «herrar é umano»


Profissionais debatem atropelos à Língua na imprensa

Confundir conjectura e conjuntura, homologar e amolgar, assento e acento são atropelos à Língua que, por vezes, lemos nos jornais. 25 profissionais da escrita reúnem-se hoje na «Fernando Pessoa» para reflectir sobre a utilização do Português na imprensa actual.

Fonte: O Primeiro de Janeiro
Recolha e Postagem: Altino Pinto

Os vídeos do YouTube num telemóvel perto de si

A Orb Networks tenciona oferecer vídeos on-line do YouTube.com em telemóveis por intermédio de um novo software que esta empresa se prepara para lançar na próxima semana. Uma oferta que surge muito antes do popular site de vídeos conseguir ter algo semelhante.

Mais de 400 mil pessoas já fizeram download da versão anterior do software da Orb, que permite aos utilizadores ver ficheiros de media (como fotos, vídeos e música) que estejam armazenados nos seus computadores, em telemóveis ou em outro dispositivo móvel.

Agora, a Orb vai diponibilizar um programa que permite aos utilizadores verem, pesquisarem ou criarem canais de media na Internet e direccioná-los para visualização directa em telemóveis e portáteis a partir de sites como YouTube ou Google Video.

A tecnologia poderá colocar a Orb, uma empresa de 35 funcionários sedeada em Silicon Valley, na dianteira de um crescente mercado de entretenimento móvel. O próprio YouTube tem como meta oferecer uma versão sem fios dos seus serviços em 2007.


Fonte: in Exame Informática

Recolha e Postagem: Altino Pinto

Publicidade e Tristeza

As televisões passaram a gostar de nos convencer de que não há esperança para qualquer tipo de relação humana. Os telejornais privilegiam a pornografia dos fait divers e as guerras do futebol: o vazio mental e o conflito automático tornaram-se as únicas leis de percepção do mundo. Os reality shows ou afins, mesmo quando pregam uma "solidariedade" beata, não são mais do que palcos para a exaltação de sentimentos grosseiros e egoístas. Os concursos consagram a infantilização militante de concorrentes e audiências: neles se proclama que quanto mais patetas formos, mais felizes seremos. Enfim, a avassaladora mediocridade "telenovelesca" também não ajuda, reduzindo o mundo a uma colecção de traumas anedóticos: morais para os adolescentes, sexuais para os adultos (ou o contrário, o que vem a dar no mesmo).

Convenhamos que não é fácil resistir a tanta depressão. E tanto mais quanto tudo nos é servido com um aparato de felicidade cuja falsidade visceral se espelha em muitos rostos crispados, desde os leitores de notícias até aos procuradores apócrifos da nossa felicidade.

Que resta, então? Em boa verdade, só um espaço televisivo nos garante alguma felicidade (ainda) possível nas relações com os outros. Que espaço é esse? A publicidade, claro. Aí ficamos a saber que o equilíbrio da nossa família pode depender do iogurte certo ou que a boa vizinhança se constrói a partir de um bom detergente. Mais ainda: a verdadeira comunidade (mais do que nacional, potencialmente galáctica) só pode nascer do facto de usarmos todos a mesma rede de telemóveis...

E não deixa de ser curioso que vivamos num mundo televisivo que se especializou em formas obsessivas de escrutínio e julgamento, a ponto de nos forçar a confundir o nosso estatuto de espectadores com a condição de jurados num "tribunal" mediático.

É nesse mesmo mundo que a publicidade, todos os dias, muitas vezes por dia, nos instila valores, modos de pensar e modelos de comportamento.

Se nada dizemos sobre isso, talvez estejamos tão esvaziados como as plateias de alguns programas televisivos: estão lá para transmitir alegria e espontaneidade, mas, de facto, são feitas de rostos vencidos, apáticos, irremediavelmente tristes.

Fonte: in diario de noticias

Recolha & Postagem: Igor Pinto

Em Papel e Online

A livraria Almedina(estádio) foi palco do lançamento do livro "Os diários generalistas em papel e online", autoria de António José Lopes da Silva. Director-executivo das ideias concertadas, gabinete de comunicação e novas tecnologias com sede em Coimbra. Defendeu a tese de mestrado no instituto de estudos jornalísticos da faculdade de letras da universidade de Coimbra, da qual resulta o presente livro. Tem desenvolvido diversos projectos na Web dos quais se destacam o blinkar.net e o noticiasuniversitarias.net.
O evento teve início às 21:00h com António Granado, autor do prefácio do mesmo livro e chefe de redacção do Público, a prestar algumas informações sobre a essência do livro (assuntos principais, etc).
Deste modo, o evento girou em torno da questão, abordada por António José e António Granado, de "Os jornais não saberem aproveitar as vantagens facultadas pela internet ", assunto este referênciado no livro, e do Hipertexto "não estar presente nos jornais online".A questão do hipertexto é um dos assuntos base do livro.
O evento termina com a pergunta deixada no "ar" por António José: "Os jornais vendem papel ou vendem notícias?". Seguiram-se as perguntas dos demais interessados .

Recolha e postagem:Alexandre Oliveira

20 novembro 2006

SJ lança manifesto contra extinção da Caixa dos Jornalistas

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) lançou “um manifesto público de protesto contra a extinção da CPAFJ [Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas]”. Esta iniciativa do SJ insere-se na “jornada nacional de defesa da Caixa dos Jornalistas”, que vai contar também com um conjunto de reuniões nas principais capitais de distrito do país.

De acordo com o comunicado divulgado pelo SJ, a “extinção da CPAFJ representa um retrocesso inaceitável nos direitos dos jornalistas” o que deve conduzir a “uma rejeição clara por parte da classe”. No manifesto, o Sindicato refere que “o facto de os jornalistas disporem de um subsistema de saúde significa que o Estado tem em conta as especificidades da profissão, designadamente jornadas intensas e prolongadas e informalidade de horários”, o que causa “fortes impactos na saúde e na qualidade de vida destes profissionais”. Segundo o SJ, estes factores são demonstrados pela “prevalência de stress e de doenças do foro cardíaco, desgaste rápido e até morte precoce”, situação que “se agravou nos últimos anos com a crescente precariedade, um extraordinário aumento dos níveis de exigência, polivalência e de disponibilidade” destes profissionais.

O organismo sindical afirma ainda que “não obstante os níveis de comparticipação nas suas despesas serem superiores aos concedidos à generalidade dos trabalhadores, [a CPAFJ] não só se tem pago a si própria como tem contribuído para o orçamento geral da Segurança Social”.

O Sindicato afirma-se ainda disponível para “encontrar com o Governo soluções apropriadas à defesa dos direitos dos jornalistas”. Contudo, revela “continuar a estudar formas de luta e iniciativas de resistência à medida anunciada”.

De recordar que na passada quarta-feira Francisco Ramos, secretário de Estado da Saúde, anunciou que o financiamento público de subsistemas de base profissional para cuidados de saúde, entre os quais se encontra a Caixa dos Jornalistas, terminará em Janeiro.

Hugo Real
Meios & Publicidade

Recolha: André Pereira
Colocado por: André Pereira

18 novembro 2006

Governo aprova lei de televisão



O Governo aprovou, na generalidade, a proposta de lei de televisão, em que se regula o acesso à actividade e o seu exercício, assim como se integra o canal 2: numa concessão única de serviço público. No Conselho de Ministros de quinta-feira, o Executivo aprovou ainda uma proposta que aprova a lei que procede à reestruturação da concessionária do serviço público de rádio e de televisão.


Os dois diplomas serão publicamente apresentados na próxima segunda-feira, pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva. A proposta de lei de televisão, que terá de ser discutida e aprovada na Assembleia da República, será ainda alvo de consulta pública.
Segundo o Governo, o diploma prevê um regime de acesso à actividade de televisão "mais exigente para a atribuição e renovação das licenças e autorizações, assim como um reforço das obrigações dos principais intervenientes na actividade televisiva, nomeadamente dos operadores de televisão e dos operadores de distribuição".


"Tendo como pano de fundo as novas potencialidades tecnológicas, o diploma redefine o quadro legal do acesso à actividade de televisão e do respectivo exercício, introduzindo, de forma faseada, a Televisão Digital Terrestre", acrescenta o comunicado do Conselho de Ministros.
Outra alteração presente no diploma é o fim da "concessão especial de serviço público" no canal 2: da RTP, integrando o actual serviço de programas deste canal numa concessão única. De acordo com o Executivo, por esta via, reforça-se "a identidade" do canal, "mantendo-se formas sustentáveis de participação de entidades representativas da sociedade civil".


"Num quadro de maior exigência, clarifica-se a finalidade de cada um dos serviços de programas que integram o serviço público e lançam-se as bases para uma efectiva avaliação do cumprimento das respectivas obrigações", sustenta o Executivo socialista.

Ainda ao nível da lei de televisão, o Governo diz que serão reforçados "os princípios da proporcionalidade e da transparência do financiamento do serviço público, remetendo para o contrato de concessão a previsão de mecanismos de controlo adequados".
Fonte: Publico.pt
Recolha e postagem: Igor Pinto

"Media" nacionais no estrangeiro debatidos em Braga


Debater a relação que os media em Portugal mantêm com a comunidade portuguesa no estrangeiro, bem como discutir o papel da imprensa em português estabelecida nos países de emigração. Estes são alguns dos objectivos que, entre hoje e domingo, o congresso "A comunicação social e os portugueses no mundo" se propõe.

Os trabalhos começam hoje às 9h30, no Campus de Gualtar da Universidade do Minho, em Braga.

A iniciativa foi lançada pela associação Rosa Azul, que nasceu em 2004, no Porto, com o objectivo de promover o encontro da sociedade portuguesa residente com a comunidade emigrante portuguesa no mundo e com os luso-descendentes.

Entre as primeiras intenções da associação estava a promoção de encontros anuais, temáticos, sobre a emigração, como explicou António Rocha, da Rosa Azul: "Nesse sentido, que melhor tema para iniciar os encontros senão promover um sobre a comunicação social, esse canal prioritário da expressão da língua portuguesa?".

A relação da imprensa nacional com as comunidades emigrantes portuguesas, o modo como os vários media - TV, jornais, rádios e agências - tratam a emigração e a expressão dos media em português entre as comunidades no estrangeiro serão alguns dos temas em debate. Sobre este último tema António Rocha destaca a apresentação do projecto CLP TV: "É uma iniciativa interessante, privada, que consiste no lançamento da primeira televisão a pensar nos portugueses fora de Portugal", diz o responsável sobre este novo canal que emitirá a partir de França e que tem data de arranque marcada já para a semana, para dia 25.

No encontro estarão também presentes os responsáveis de jornais portugueses no Luxemburgo, Suíça, Bélgica e França.


in Publico.PT


Recolhido e colocado por: José Santiago

16 novembro 2006

L´Unita critica cruzada contra a sátira dos media católicos


O diário de esquerda L´Unita denunciou, quarta-feira, uma «cruzada contra a sátira» pelos media católicos e políticos conservadores, que se queixam da forma como o Papa Bento XVI é satirizado.

Os humoristas imitam o sotaque alemão que o papa Bento XVI confere ao italiano, ridicularizam o seu secretário e põem o soberano pontífice a disparar contra os pombos na Praça de São Pedro.

O papa e o Vaticano, há muito, que são um alvo favorito num país onde pouco é sagrado para os humoristas mas os bispos da igreja católica romana e alguns políticos queixam-se agora de que eles foram longe de mais.

«Não se pode fazer piadas com o Vaticano», titulava o diário de esquerda L´Unita, que denunciou uma «cruzada contra a sátira» pelos media católicos e os políticos conservadores.

«Isto é fundamentalismo católico, um espelho fiel de alguns fundamentalistas islâmicos que não querem as caricaturas sobre Alá», escreve o jornal num editorial, traçando comparações com a indignação suscitada no mundo muçulmano pelas caricaturas do profeta Maomé num jornal dinamarquês e noutros diários europeus no início do ano.

in Diário Digital


Recolha: José Santiago

15 novembro 2006

Independência da RTP em relação ao Governo


No seguimento da notícia que faz manchete no semanário Expresso, de 4 de Novembro, "PSD denuncia caso de manipulação em telejornal da RTP", igualmente veiculada noutros jornais, e no quadro do procedimento iniciado a propósito do artigo publicado por Eduardo Cintra Torres no jornal Público, "Como se faz censura em Portugal", o Conselho Regulador decidiu convocar para audição a ter lugar no dia 9 de Novembro nas instalações da ERC:

- David Damião, Assessor de Imprensa do Primeiro-Ministro;
- Luís Bernardo, Assessor de Imprensa do Primeiro-Ministro;
- José Alberto Carvalho, jornalista da RTP;
- José Rodrigues dos Santos, jornalista da RTP;
- Judite de Sousa, jornalista da RTP;
- Carlos Daniel, jornalista da RTP;
- João Fernando Ramos, jornalista da RTP;
- Hélder Silva, jornalista da RTP.

O Conselho Regulador decidiu ainda solicitar a presença do Deputado do Partido Social Democrata Agostinho Branquinho para, querendo, prestar informações adicionais relativamente às declarações proferidas ao jornal Expresso.
Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Recolha: Gonçalo Ermida (1º Ano Comunicação Social)
Colocado por: André Pereira

Ministro defende que jornalistas devem ser escrutinados por serem fonte de influência


O ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela a pasta da Comunicação Social, defendeu hoje que os jornalistas devem ser escrutinados enquanto fonte de influência, já que uma dos componentes da democracia é o controlo do poder.

“Aqueles que escrutinam a democracia têm de ser escrutinados pela democracia”, afirmou Augusto Santos Silva durante o encerramento do II Seminário Internacional Media, Jornalismo e Democracia, subordinado ao tema “Jornalismo e Actos de Democracia”, a decorrer desde segunda-feira em Lisboa.

O ministro, que considera que o jornalismo “é um acto de democracia”, por ser o que dá aos cidadãos “os direitos à voz e à informação”, lembrou que o jornalismo é também considerado como “o quarto poder ou o quarto do poder”.

O escrutínio dos jornalistas implica, segundo o responsável, “interpelar a definição de agenda” – que é, na opinião de Santos Silva, “um dos poderes essenciais” do jornalismo. Isto porque determina se um acontecimento ou uma declaração é dado a conhecer e tomado como importante ou se é menosprezado tornando-se desconhecido do público.

Por outro lado, defendeu, o respeito do jornalismo pelos direitos pessoais “e, sobretudo, de personalidade”, é outro dos pontos que deve ser verificado, tal como a forma como são assegurados “o pluralismo de opiniões e a diversidade de correntes”.

O ministro defendeu não ser necessário “que os jornalistas actuem como se fossem um corpo estranho ao poder” para controlarem esse poder com imparcialidade. “Não precisamos que os jornalistas actuem como se qualquer contacto com o poder fosse uma contaminação com lepra, só precisamos é da capacidade deles se auto-regularem”, concluiu.

in "Público Online"

Recolhido por José Santiago

13 novembro 2006

Portugal no top 10 dos países com maior índice de liberdade de imprensa


“Worldwide Press Freedom Index 2006” é o novo relatório do Reporters Without Borders (RSF) que considerou 168 países no índice de liberdade de imprensa. De acordo com o estudo, Portugal está na 10ª posição do ranking, juntamente com a Hungria, a Letónia e a Eslovénia.

Os três maiores violadores da liberdade de imprensa são a Coreia do Norte (168ª posição), o Turquemenistão (167ª) e a Eritreia (166ª). A morte sob tortura do jornalista do Turquemenistão, Ogulsapar Muradova, mostra que o líder do país, “President-for-Life” Separmurad Nyazov, está disposto a usar de violência extrema contra aqueles que o criticam. Também o todo poderoso líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, continua a controlar totalmente os media.

Os Estados Unidos da América (EUA) parecem estar a escorregar na defesa e protecção do livre discurso. Os EUA caíram do 17º lugar em 2002 para 53º este ano, devido, largamente, às relações deterioradas entre a administração Bush e os tribunais federais e os media.

Países da Europa do Norte continuam no topo do índice, com nenhum registo de censura, ameaças, intimidação ou represálias físicas: Finlândia, Irlanda, Islândia e Holanda partilham o primeiro lugar este ano.

Fonte:OberCom
Recolha e publicação: Filipa do Carmo

12 novembro 2006

SJ promove abaixo-assinado contra novo Estatuto do Jornalista


Lisboa - O Sindicato dos Jornalista (SJ) lançou um abaixo-assinado onde apela à Assembleia da República que corrija «os graves atentados aos direitos de criação e de expressão e à própria liberdade de imprensa» contidos na proposta de lei com que o Governo pretende alterar o Estatuto do Jornalista.

Em comunicado, a estrutura sindical defende que o diploma, ao estipular que os jornalistas não se podem opor a «modificações formais introduzidas nas suas obras», anula direitos fundamentais protegidos pela Constituição da República, designadamente o direito à liberdade de criação e de expressão.

Para o SJ, ao conceder aos superiores hierárquicos a faculdade de alterar obras sem consentimento do autor, desde que invocadas «necessidades de dimensionamento (...) ou adequação ao estilo», o novo Estatuto põe em causa princípios fundamentais da ética jornalística e «autoriza a manipulação da informação com meros intuitos mercantis».

Além de jornalistas, diversos autores e criadores, já subscreveram este apelo os escritores José Saramago, Inês Pedrosa e Helena Sacadura Cabral, a arquitecta Helena Roseta, os historiadores António Louçã e Fernando Rosas, a cineasta Isabel Aboim Inglêz, o encenador Júlio Cardoso e o actor António Reis. O abaixo-assinado pode ser subscriti no portal do SJ.


Fonte: Portal dos Jornalistas
Recolha e Postagem: JMurta

10 novembro 2006

"Borat" banido na Rússia


O filme Borat: Cultural Learnings Of America For Make Benefit Glorious Nation Of Kazakhstan poderá ver a sua exibição banida na Rússia, por esta temer que a película possa aborrecer o seu país vizinho, o Cazaquistão.

Esta medida, que seria a primeira do seu género para um filme não-pornográfico, poderá impossibilitar que o filme de Sacha Baron Cohen seja distribuido na Rússia, como estaria previsto, já no final deste mês, tudo devido aos laços políticos entre este país e o Cazaquistão.

A Agência Federal Russa para a Cultura e Cinematografia terá dito à distribuidora 20th Century Fox que não permitirá a exibição deste filme "ofensivo".

Vadim Ivanov, director de vendas da Twentieth Century Fox diz, "A Agência achou que o filme poderia ofender alguns espectadores e continha material que poderia denegrir a imagem de certos grupos étnicos e religiões."

Mas Ivanov quer tentar uma reviravolta política, acrescentando, "Esta história não acabou."

Muitos acreditam que esta jogada do governo Russo virá no seguimento da implementação de uma política de tolerância-zero no que respeita à intolerância racial.

Para os que desconhecem o filme, deixo aqui o trailer que é bastante explicativo:




José Santiago

"O Codex 632" será lançado em audiolivro


O romance O Codex 632, do jornalista José Rodrigues dos Santos, que já vendeu mais de 115 mil exemplares impressos, chega ao mercado a 29 de Novembro no formato de audiolivro, informou hoje a New Age Entertainment

Segundo a distribuidora e editora de filmes New Age Entertainment, o novo formato do romance - narrado e interpretado pelo actor Ricardo Carriço durante 19 horas distribuídas por 16 CDs - pode ser ouvido «em qualquer leitor de CD, Discman ou MP3».

De acordo com a mesma fonte, o audiolivro não pretende substituir o formato impresso, mas permitirá que a história chegue «a pessoas que têm dificuldade de leitura, falta de tempo ou deficiência visual».

Baseado em documentos históricos, O Codex 632 ficciona em torno da possibilidade de Cristóvão Colombo ser português, apoiando-se em lacunas no percurso do navegador, cujas identidade e missão continuam a suscitar dúvidas.

A trama cruza personagens fictícias e figuras reais, factos e suspeitas sobre a vida «do homem sobre quem mais se escreveu no Ocidente a seguir a Jesus Cristo», como assinalou o autor à Lusa em Outubro de 2005, aquando do lançamento da obra.

«O livro é assumidamente uma ficção, mas pretende levar o leitor a interrogar-se acerca de determinadas verdades estabelecidas», afirmou então José Rodrigues dos Santos, que consultou dezenas de textos, entre os quais o Codex 632, um documento real que, pela sua importância no desfecho do livro, foi escolhido para título.

O pivot da RTP, que lançou recentemente A Fórmula de Deus, vai ainda ser o apresentador de 1147 - O Tesouro de Lisboa, romance histórico do também jornalista Paulo Moura que a editora Esfera dos Livros lança no próximo dia 09 na livraria Bertrand do Centro Comercial Vasco da Gama, em Lisboa.

Neste romance, baseado em factos reais, Paulo Moura, repórter de guerra do século XXI, faz uso da técnica e da linguagem jornalísticas para relatar o ambiente de guerra em Lisboa no século XII.

A personagem Raul Santo-Varão - espião, agente secreto e cronista - é quem assina o relato sobre a conquista de Lisboa, no qual «a intriga se mistura com a aventura e a morte com o amor», nas palavras da editora.

Paulo Moura, jornalista do diário Público desde a sua fundação, foi enviado especial a várias zonas de guerra e conflito, nomeadamente Argélia, Angola, Kosovo, País Basco, México, Caxemira, Chechénia, Afeganistão, Iraque e Sudão.

Foi galardoado com vários prémios de jornalismo, entre os quais o Grande Prémio de Reportagem da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (1994), o Grande Prémio de Reportagem Escrita do Clube Português de Imprensa (1996, 1998 e 2001), o Prémio O Futuro da Europa, atribuído pela Comissão Europeia (2001).

Paulo Moura foi também distinguido com o Prémio «Imigração e Minorias Étnicas: Jornalismo pela Tolerância», do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (2003), o Prémio «Jornalismo Contra a Indiferença», da Fundação AMI (2005), e com o segundo lugar no Prémio Lorenzo Natali For Journalism, da Comissão Europeia (2004).
Lusa

Colocado por: José Santiago

Morreu Ed Bradley, jornalista do programa «60 minutos» da CBS

Ed Bradley, uma das «estrelas» do espaço informativo da CBS «60 minutos» que ficou ferido quando cobria a guerra do Vietname e se tornou mais tarde o primeiro correspondente negro da Casa Branca, morreu hoje, aos 65 anos.

Vencedor de 19 prémios Emmy, entre outros galardões, Bradley faleceu no hospital Monte Sinai por complicações associadas à leucemia de que padecia, anunciou a cadeia de televisão CBS.

Ed Bradely era desde há 25 anos um dos jornalistas do «60 minutos» e um dos mais conhecidos jornalistas negros da televisão.

Foi o único jornalista da televisão a entrevistar Timothy MCveigh, condenado à morte e executado pelo atentado à bomba contra o edifício federal de Oklahoma City (sul) que fez 168 mortos e centenas de feridos em 1995.

Katie Couric, apresentadora do telejornal nocturno de CBS, salientou que Bradley era «um grande repórter, querido e respeitado por todos os seus companheiros na secção de notícias».

Entre os seus trabalhos recentes e mais distinguidos estão os que realizou sobre abusos sexuais no seio da Igreja Católica e sobre doentes de cancro cerebral.

Também investigou o tiroteio ocorrido num liceu em Columbine (Colorado), em Abril de 2001, e revelou que as autoridades ignoraram evidências que podiam ter evitado o massacre.

Antes do «60 Minutos», onde trabalhou durante 25 anos, Bradley colaborou com outros programas da CBS e foi correspondente na Casa Branca entre 1976 e 1978.

Considerado um dos mais brilhantes jornalistas afro-americanos da televisão norte-americana, entrou na CBS na qualidade de colaborador da delegação de Paris em 1971.

Um ano depois foi enviado para a delegação de Saigão e ali permaneceu até 1974, ano em que regressou a Washington depois de ter ficado ferido no Camboja.

Bradley nasceu em Filadélfia a 22 de Junho de 1941.

Ver vídeo.
Fonte: Diário Digital
Recolha: André Pereira e José Santiago
Colocado por: André Pereira

8ª Colina



Propriedade da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS) de Lisboa, a 8.ª Colina não é o jornal da escola. Uma publicação de e para a capital, supervisionada pelos professores envolvidos no projecto, mas onde as «estrelas» são os alunos. Assim o diz uma das mentoras e a fundadora, Anabela Sousa Lopes.

Por Lina Manso | lmanso@mundouniversitario.pt

Ano de estreia?
A primeira edição (número zero) saiu em Junho de 2005.

Periodicidade? Trimestral. À partida, não a reduziremos, porque os alunos que nele escrevem têm os seus cursos para concluir. Essa é a prioridade.

Preço?
Gratuito.

Tiragem?
Na última edição foram 18 mil exemplares. Em Novembro sairá o n.º 4.

Locais de distribuição?
Somos distribuídos na cidade de Lisboa, com o Público (Paulo Moura, director do 8.ª Colina e professor de Atelier de Jornalismo Escrito I e II na ESCS, é também jornalista nesse diário).

Equipa?
Os editores e repórteres distribuídos pelas várias secções são alunos da ESCS: enquanto a maioria frequenta Jornalismo, temos ainda colaborações de estudantes matriculados noutros cursos da escola. Eu, o Paulo Moura e outros professores orientamos o projecto.

Linha editorial?
O editorial de Paulo Moura, no número zero, define os princípios gerais. Ali ele diz, por exemplo, que o jornal «recusa o sensacionalismo, a submissão às audiências ou a interesses económicos e políticos». Ou que «ser jornalista é estar atento».

Cavalos-de-batalha?
Antes de mais, é de referir que o 8.ª Colina não trata especificamente de assuntos escolares. Preocupamo-nos, isso sim, em combater uma certa preguiça, dedicando-nos sobretudo a trabalhos de fundo.

in Mundo Universitário

José Santiago

Jornalismo participativo na CNN

A CNN está a pedir aos seus telespectadores para participarem no envio de vídeos sobre acontecimentos importantes. Chama-se iReport e, como não podia deixar de ser, Jon Stewart tem algumas coisas a dizer a este propósito.

Ver vídeo.

Recolha: Igor Pinto
Colocado por: André Pereira

Erro na BBC transforma candidato a emprego em perito em tecnologias

A estação de televisão britânica BBC News convidou um especialista em novas tecnologias para comentar a batalha legal entre as empresas Apple Corps, fundada pelos The Beatles, e a Apple Computer sobre a utilização dos respectivos logótipos. O problema é que, em vez de um homem branco e com barba chamado Guy Kewney, a jornalista da BBC, sem saber, pediu a opinião de um homem negro chamado Guy Goma, que não sabia o que estava a fazer num estúdio de televisão.

Segundo o jornal britânico "The Mail", Goma foi levado para o estúdio da BBC News, onde lhe colocaram um microfone, depois de ter levantado a mão quando um produtor chamou por Guy Kewney. O jornal diz que não está ainda esclarecido por que razão Goma se identificou como sendo Guy Kewney.

A BBC já admitiu o erro e, numa notícia publicada hoje, garante que Guy Goma é na verdade um cidadão do Congo, licenciado, que estava na empresa à espera de uma entrevista de emprego.

De acordo com a estação, tudo começou quando um produtor da BBC foi buscar Guy Kewney, director de um site especializado em novas tecnologias, à recepção errada no edifício da empresa. Quando perguntou pelo especialista em novas tecnologias, um recepcionista apontou na direcção de Guy Goma. "Você é Guy Kewney?", perguntou o produtor, que já tinha visto uma foto do verdadeiro perito. Goma respondeu que sim e foi conduzido ao estúdio.

Goma ainda respondeu a três questões, em directo, mas a apresentadora conseguiu informar o editor de que o convidado parecia "sem fôlego e muito nervoso" e a emissão mudou rapidamente para um correspondente no exterior.

Só então se descobriu que Guy Kewney estava ainda à espera na recepção. "Foi tudo um mal-entendido. Temos muito cuidado com os nossos procedimentos e vamos tomar todas as medidas para garantir que isto não volta a acontecer", disse uma porta-voz da BBC.

Fonte: Paulo Miguel Madeira PUBLICO.PT
Recolha: Igor Pinto (3ºano Comunicação Social)
Colocado por: André Pereira

07 novembro 2006

Gannett vai passar a usar mais trabalho de leitores

Estão espalhados por toda a Web links para o artigo da Wired sobre a nova estratégia do grupo Gannett que acho ainda vai dar muito que falar.

Rebaptizam-se os jornais em “centros de informação”, acabam as secções tradicionais, os horários de trabalho passam a ser de 24 horas sete dias por semana e passa-se a ter uma ligação muito mais estreita com os leitores e os conteúdos por eles produzidos - crowdsourcing é a expressão já consagrada para estas contribuições.

Há vários sítios onde seguir o tema e as discussões que se vão gerar nos próximos dias. Permitam-me sugerir Crowdsourcing, o blog de Jeff Howe, o jornalista da Wired que inventou o termo. Sugiro ainda a leitura do texto Gannett explodes the newsroom, no Buzz Machine.

Texto: António Granado (http://www.ciberjornalismo.com/pontomedia/)
Recolha: André Pereira
Colocado por: André Pereira

06 novembro 2006

Notícias do Telejornal mais vistas em Outubro

Segundo os dados do serviço Telenews da MediaMonitor, em Outubro o Jornal Nacional (TVI) liderou em número de notícias, o Jornal da Noite (SIC) em duração noticiosa e o Telejornal (RTP1) em audiência das notícias.

Em Outubro, RTP1, 2:, SIC e TVI emitiram mais de 204 horas de informação regular, o que representa um aumento de 2.9% relativamente ao observado em Setembro, mas uma quebra de 3.4% face ao mês homólogo de 2005.

A oferta noticiosa deste mês corresponde a uma média diária de cerca de uma hora e 38 minutos por canal, menos 3 minutos e 32 segundos do que no período homólogo do ano anterior.

Neste mês, foram emitidas um total de 7530 notícias (mais 13.9% do que no mês anterior), que tiveram uma duração média de 1 minuto e 38 segundos.

Uma análise por programas evidencia que o Jornal Nacional da TVI foi novamente o programa que emitiu mais trabalhos, num total de 1092 (16.7% do total).

O Jornal da Noite da SIC foi o que ofereceu mais horas de emissão informativa neste mês, com quase 33 horas (16.0% do total).

O Telejornal da RTP1 foi, pelo seu lado, o programa onde as notícias registaram maior audiência média, de 12.0%. No conjunto dos canais em análise, as notícias emitidas neste mês obtiveram 8.3% de audiência média.

Uma análise por canais mostra ainda que a RTP1, tal como nos meses anteriores, emitiu mais tempo de informação, com 2242 trabalhos de mais de 73 horas de duração. Foi também na RTP1 que as notícias obtiveram maior audiência média, com 8.9%.

A SIC foi, pelo seu lado, o canal que mais notícias emitiu nos seus programas regulares de informação (2936), tendo-lhes dado cerca de 60 horas de emissão. As notícias emitidas pelo canal obtiveram 8.8% de audiência média.

A TVI passou 1864 notícias de cerca de 55 horas de duração. Neste canal, as notícias obtiveram 8.7% de audiência média.

Finalmente, na 2: foram emitidas 488 notícias de mais de 15 horas de duração, que obtiveram 1.7% de audiência média. Esta análise considera apenas os serviços regulares de informação dos canais em análise no período compreendido de 1 a 31 de Outubro de 2006.

Fonte: Marktest (www.marktest.com), 3 de Novembro de 2006
Recolha: Filipa Carmo (1º Ano Comunicação Social)
Colocado por: André Pereira

Jornalismo e interesses de classe

Vivemos num mundo em que, a nível internacional e dentro de cada país, as desigualdades aumentam em vez de diminuírem, o fosso entre os ricos e os pobres se acentua cada vez mais, é crescente a dependência dos países periféricos em relação aos mais desenvolvidos, a revolta e a resistência dos explorados emerge um pouco por todo o lado, seja a nível de classes tradicionalmente mais expostas à exploração, como os operários e os camponeses, seja a nível de camadas sociais intermédias cada vez mais próximas da proletarização, seja, finalmente, a nível de comunidades e povos submetidos a velhos e novos esquemas de exploração colonial, facilitada pela retórica e pela prática de uma globalização posta ao serviço dos grupos sociais dominantes.

Esta realidade conduz-nos, desde logo, a duas constatações, relacionadas entre si: a primeira é que a diferenciação e o confronto de classes existem, ainda que não necessariamente expressas e concretizadas das mesmas formas que no passado. Trata-se de uma realidade que não pode ser iludida por expedientes como, por exemplo, a criação pontual de “grandes desígnios”, como é o caso quando se procura transformar determinados eventos (Expo 98, Euro 2004...) em ocasião para a afirmação de uma “unidade nacional” acima das classes, visando um aproveitamento ideológico que claramente procura tirar partido do eventual valor e interesse próprios de tais eventos.

A segunda é a de que não é possível conceber que os media, nomeadamente os grandes órgãos de informação generalista, se situem à margem dos pequenos e grandes embates sociais, a nível nacional e internacional, com que quotidianamente, directa ou indirectamente, nos confrontamos. Tendo os media como referência a realidade social, e sendo esta diversificada, movente e contraditória, será que poderia ser de outra maneira?

Media, politica, ideologia

A sociedade capitalista de hoje é indiscutivelmente mais complexa do que era há 100, 50 ou mesmo 30 anos, mas as diferenciações e a conflitualidade social não só não desapareceram como se acentuaram e alargaram a novos sectores – um dos quais, precisamente, é o da comunicação e da informação.

Os media (jornais, revistas, estações de rádio e de TV, Internet) não são exteriores a esta conflitualidade, não vivem isolados numa torre de marfim que os tornaria imunes às influências e solicitações exteriores. As suas próprias regras de funcionamento (sublinhemos: informar é sempre escolher) não lhes permitem abster-se de tomar posição sobre as grandes e pequenas questões sociais. Note-se que o “tomar posição” não se exprime apenas, nem sequer principalmente, pelas ideias difundidas, por exemplo, em editoriais assinados pelos directores ou outros responsáveis editoriais. Exprime-se – e exerce influência sobre o público – pela orientação global e continuada do órgão de informação, pelo que diariamente se diz e como se diz, e também, e talvez principalmente, pelo que se não diz.

Os media estão profunda e intimamente ligados às pessoas e à sociedade nos planos da informação, do conhecimento, do entretenimento e da ideologia:

- da informação, na medida em que a selecção dos acontecimentos que são escolhidos para serem notícia, e posteriormente a sua elaboração, hierarquização e apresentação são submetidas a estes e não aqueles critérios (os chamados “valores-notícia”), oferecendo ao público um determinado, e não outro, “retrato” da realidade e sua interpretação;

- do conhecimento, na medida em que para a maioria do público os media funcionam como o meio privilegiado ou mesmo único para a apreensão e a tomada de contacto com as realidades que ultrapassam a sua experiência quotidiana;

- do entretenimento, na medida em que esta função dos media, tornada predominante – nas programações televisivas e radiofónicas, na multiplicação de um certo tipo de publicações especializadas e, cada vez mais, no próprio tratamento da informação – atenua ou mesmo obscurece as funções formativa e informativa, ao mesmo tempo que preenche quase em exclusivo as horas de lazer de milhões de portugueses;

- da ideologia, na medida em que, enquanto transmissores de informação, conhecimento e entretenimento, os media, de forma directa ou indirecta, são, inevitavelmente, portadores de conteúdo ideológico, mesmo quando (ou principalmente quando) veementemente se afirmam alheios a quaisquer tipos de vinculações desse tipo.

Vemos assim como, por diversificadas formas e caminhos, os media constroem uma determinada realidade, e é nessa realidade fabricada pelos media que as pessoas baseiam, em grande parte – segundo processos estudados pelas “teorias dos efeitos” – as suas opiniões, atitudes e comportamentos. E quando falamos dos media, falamos de todos eles, sendo certo que, nos nossos dias, as televisões generalistas assumem um papel preponderante nesta função.

Quando se fala da evolução dos media em Portugal nas últimas décadas há quem defenda que na passagem da década de oitenta para a de noventa, com o desaparecimento de jornais politicamente muito marcados e a criação de outros reivindicando-se da isenção e da independência perante “todos os poderes”, a reprivatização da imprensa anteriormente nacionalizada e a sua entrega, assim como dos dois novos canais de televisão, aos privados (os grandes grupos económicos, obviamente), se assistiu à “despartidarização” e ao fim da influência da política nos media. Nada mais falso. A política, incluindo a partidária, continuou a ter uma decisiva importância nas orientações editoriais, ainda que de uma forma – geralmente, mas nem sempre – mais sofisticada. Ao mesmo tempo que ao poder da política se acrescentou, a um nível muito mais elevado, o poder económico, trocando-se a tutela do Estado pela dos grandes capitalistas.

Cremos que aquilo que observámos nos meados da década de noventa mantém hoje actualidade: “As transformações nos media trouxeram consigo uma nova forma de estes e relacionarem com o público e de influenciarem a opinião pública. O desaparecimento da imprensa de tendência e a actual predominância, por um lado, da imprensa de referência ou de qualidade e, por outro, da imprensa popular, não significa que os media tivessem deixado de veicular mensagens políticas e ideológicas, mas sim que o passaram a fazer de outras formas. Ao contrário do que possa parecer e alguns pretendem fazer acreditar, o ligeirismo e o divertimentismo das programações televisivas, por exemplo, revelam-se profundamente políticos e profundamente ideológicos”, pela influência que têm nos comportamentos, valores, interesses e atitudes sociais, culturais e cívicos – e portanto políticos e ideológicos – das pessoas.

A verdade é que, em certo sentido, toda a informação é de classe, defende pontos de vista de classe, o que, aliás, bem se compreende se tivermos em conta a natureza dos media enquanto fenómeno social, e a íntima e incontornável ligação entre as temáticas dos órgãos de informação e a vida humana nas suas várias dimensões. Não é outra, aliás, a conclusão a que chegam os sociólogos da comunicação quando reconhecem, por exemplo, a decisiva contribuição dos media para a formação do “consenso” em torno dos valores sociais dominantes, o conformismo, a defesa do status quo.

Para o mesmo resultado contribui a adopção, por parte dos jornalistas, de regras profissionais que – sem que seja esse o objectivo – acabam, de forma implícita, por ajudar à manutenção da actual hegemonia de classe. Na análise de John Soloski, os jornalistas, em princípio, “não se põem a relatar conscientemente as notícias de modo a que o actual sistema político-económico seja mantido. A selecção de acontecimentos e de fontes noticiosas decorre ‘naturalmente’ do profissionalismo jornalístico.” Contudo, por exemplo, “ao concentrar-se no desvio no estranho e no insólito, os jornalistas defendem implicitamente as normas e os valores da sociedade. Como as fábulas, as ‘estórias’ noticiosas contêm uma moral oculta.”

O reconhecimento desta realidade, entretanto, não pode significar a abdicação perante o esforço na procura de uma informação, apesar de tudo, mais isenta e rigorosa, nomeadamente, entre outros aspectos, através da luta pela observância da clara distinção entre os factos e a opinião. Nem nos dispensa, antes nos obriga, a reflectir e perceber melhor os mecanismos e as estratégias que tornam operacional e eficaz o domínio de classe através dos media.

Um factor essencial tem que ser considerado logo à partida, na medida em que se revela de significado decisivo para a compreensão do lugar social dos media: a questão da propriedade. Com efeito, o facto de praticamente todos ao grandes órgãos de informação, quer se trate da imprensa, da rádio, da televisão e do on-line, pertencerem a grandes grupos económicos, define uma realidade que decisivamente condiciona as funções sociais dos media e os próprios contornos do panorama mediático nacional.

Um elevado grau de concentração como o que actualmente se verifica em Portugal faz com que a informação, o conhecimento e o entretenimento mediáticos sejam dominados por um pequeno núcleo de pessoas e entidades representantes de um restrito e privilegiado grupo social, o que lhe imprime uma insofismável natureza de classe.
A questão essencial

A existência e o papel dos grupos económicos nos media não são, ou pelo menos estão longe de ser apenas, o mero resultado da iniciativa de alguns indivíduos poderosos motivados pelo lucro e/ou pelo poder, mas sim o reflexo de um sistema social do qual são componentes essenciais e complementares, por um lado, o movimento generalizado de concentração da propriedade nas mãos de representantes dos grupos sociais economicamente mais fortes, nomeadamente dos sectores financeiro e industrial e, por outro lado, a absoluta necessidade de os principais meios de produção da informação e do conhecimento, e portanto do controlo social, estarem ao seu serviço.

Trata-se, portanto, de uma realidade política, económica, sociológica e ideológica que determina situações, atitudes e pontos de vista indissociáveis de uma pertença de classe, com óbvias consequências ao nível, por exemplo, das perspectivas e enquadramentos de abordagem da realidade, da valorização relativa dos diversos actores sociais, da expressão das várias correntes de opinião, ou seja, pelos seus efeitos na lógica de funcionamento do sistema mediático em geral e do campo jornalístico em particular.

Esta realidade de classe permite-nos afirmar que a questão da maior ou menor concentração da propriedade dos media é, em certo sentido, uma falsa questão – ou, pelo menos, não é a questão essencial. No que se refere à defesa do pluralismo ideológico e à diversidade de opiniões políticas, assim como à generalidade das consequências e efeitos acima referidos, a existência de mais ou de menos grandes grupos não altera o fundo do problema.

O essencial não reside no maior ou menor grau de concentração, mas sim na natureza de classe da propriedade, isto é, no facto de os media de maior influência estarem, praticamente todos, nas mãos de uma determinada classe social e, naturalmente, dependerem ou estarem irremediavelmente condicionados pelos seus interesses.

Relativamente a alguns aspectos, como a liberdade e a mobilidade de emprego, a situação caracterizada por um menor grau de concentração não seria exactamente igual, mas o mesmo não aconteceria relativamente a outros aspectos, incluindo o respeito pelo pluralismo e pela igualdade de tratamento no plano político e ideológico. As diferenças de tratamento que haveria seriam – e tal como hoje geralmente acontece – as ditadas pelos interesses conjunturais das políticas de concorrência e de conquista de audiências, e não as resultantes da diversificação de opções ideológicas correspondentes à conflitualidade de interesses existente na sociedade.

A abordagem da questão da concentração sem ter em conta esta perspectiva será sempre, inevitavelmente, redutora. A semelhança de agendas dos grandes media informativos, a convergência dos seus posicionamentos sempre que estão em causa os valores tidos como essenciais da chamada “civilização ocidental” (chapéu que, muitas vezes, serve apenas para cobrir os interesses das classes dominantes), o consenso social que eles promovem em torno desses valores, mostram até que ponto o fundo da questão reside na natureza de classe da propriedade dos media. Neste contexto, o movimento de concentração releva da competição entre os vários representantes do grande capital (nacional e/ou estrangeiro, para o caso é indiferente) e da luta pelo controlo dos mercados, no plano, portanto, dos objectivos comerciais, e não do interesse em defender o pluralismo ou proporcionar ao público uma melhor informação.

Esta perspectiva sobre a questão da concentração não significa que se devam subestimar as iniciativas legislativas visando a diminuição e a regulação da concentração em geral e em aspectos específicos, na medida em que, apesar de tudo, quanto mais proprietários emissores houver mais possibilidades existem de minorar pelo menos alguns efeitos negativos da concentração.

Devemos evitar na análise qualquer tipo de mecanicismo, nem cair em interpretações de carácter determinista, com base nas quais, a partir do momento em que se estabelece – o que é incontroverso – a ligação entre a propriedade dos grandes media e o poder capitalista, “tudo está explicado”.

Não pode ser esquecida a existência de uma margem de autonomia dos media em relação ao sistema, ainda que se trate apenas de uma autonomia relativa. Como dizem Curran e Seaton, “os media não apenas expressam os interesses das classes dominantes, têm uma função independente na ordenação do mundo. Os media não ‘reflectem’ apenas a realidade social: cada vez mais ajudam a fazê-la”.

É esta a razão pela qual, mesmo que não haja dúvidas sobre a importância dos media, em geral, como instrumento da dominação capitalista – desde logo devido à natureza da sua propriedade, e tudo o que ela implica – se torna, no entanto, indispensável aprofundar o estudo dos dispositivos que permitem a melhor compreensão das engrenagens desse domínio, ele próprio não isento de contradições.

Mas há que ter consciência que estamos perante una questão de sociedade, enraizada no sistema social, e cuja alteração radical será impossível sem a transformação profunda do próprio sistema, do qual os media são, hoje em dia, um dos principais elementos estruturantes.

Autor: Fernando Correia (Jornalista e Professor Universitário)
Recolha: Altino Pinto (3º Ano Comunicação Social)
Colocado por: André Pereira

SIC é canal mais caro embora seja TVI quem lidera audiências

O aumento dos preços da publicidade acompanhou o aumento de tempo de emissão dedicado a anúncios

A SIC aumentou em Setembro o preço do seu espaço comercial em 30 por cento nos horários de maior audiência face ao ano passado, passando um anúncio de 30 segundos a custar 31.876 euros, divulgou hoje a agência de meios Carat.

No mês da 'rentrée' televisiva do ano passado, um 'spot' de 30 segundos transmitido na SIC custava entre 355 e 17.184 euros (consoante o horário de menor ou maior audiência). Segundo o estudo Media Regular Analysis, o aumento dos preços da publicidade acompanhou o aumento de tempo de emissão dedicado a anúncios.

Em Setembro, a SIC foi o canal no qual a publicidade ocupou mais tempo de emissão, tendo representado um quarto do total emitido.

O canal de Carnaxide trocou de lugar com a TVI relativamente ao mesmo período do ano passado, já que em 2005 era a TVI que transmitia mais tempo de publicidade.
Este aumento da percentagem da emissão ocupada com publicidade traduziu-se num crescimento dos blocos publicitários da SIC que, no mês passado, durou, em média, mais dois minutos do que durava em 2005.

Em Setembro de 2005, cada intervalo para anúncios feito pela SIC tinha 5 minutos e 54 segundos. Apesar de ter os blocos publicitários mais curtos, a RTP 1 quase duplicou a sua duração média este ano, passando para os cinco minutos.

O primeiro canal da estação pública foi, aliás, o que aumentou mais a percentagem de tempo dedicado à publicidade, passando de 8,9 por cento do total de emissão em Setembro do ano passado para quase um quarto do tempo (18,6 por cento) este ano. A diminuição da quota de telespectadores - que era de 26,8 por cento em Setembro de 2005 e passou para 24,9 por cento -, levou os anunciantes a pagarem menos pelo espaço comercial do canal.

A RTP, que era a estação na qual cada ponto percentual de quota de telespectadores valia mais investimento no ano passado, viu esse valor diminuir em 3 euros por cada ponto, para os 964 euros por ponto.

Cada ponto percentual de audiência na SIC valia, em Setembro, 1.121 euros, tendo descido 467 euros em relação ao ano passado.

Esta situação levou os responsáveis do RTP a manterem os preços dos espaços comerciais iguais aos do ano passado, sendo que um anúncio de 30 segundos custa entre 256 e 15.026 euros. Com preços menores do que os da SIC, a TVI é o canal que consegue captar mais investimento dos anunciantes por cada ponto percentual de audiência.

Com uma média de quota de telespectadores bastante inferior este ano ao que tinha no ano passado - passou de 36,5 para 28,8 por cento -, a estação de Queluz de Baixo conseguiu aumentar em 489 euros o valor de cada ponto de quota de telespectadores, para 1.289 euros. Com um tempo de emissão dedicada à publicidade muito próximo do da SIC (24,7 por cento), a TVI aumentou em 3,6 por cento os preços dos seus espaços comerciais, passando a cobrar entre 283 e 21.035 euros por cada anúncio de 30 segundos. Em média, os blocos publicitários deste canal diminuíram cerca de um minutos cada, tendo passado a durar 7 minutos e 36 segundos.

Os preços apresentados pela análise da Carat são de tabela, o que significa que não foram ainda sujeitos aos descontos e promoções que as televisões fazem habitualmente aos anunciantes.

Recolha: Altino Pinto
Colocado por: André Pereira

Informação e audiências

Perante os abusos cometidos no sentido de fazer depender a informação das audiências, o jornalista Oscar Mascarenhas, presidente do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, fez uma análise da relação existente entre estas duas componentes da comunicação social. Tal análise foi apresentada numa comunicação ao 3.º Encontro de Jornalistas do Norte de Portugal e da Galiza, que se realizou em 28 de Outubro de 2000.

A relação entre a informação e as audiências não é «ame-as ou deixe-as», mas sim o paradoxo «ame-as – mas deixe-as». A informação vive de audiências, isto é, deixa de fazer sentido e é ociosa sem audiências. Sem audiência, a informação morre. Mas também deixa de ter sentido e é ociosa a informação para as audiências. E regressa o paradoxo: por causa das audiências, morre a informação. Se há algum paralelo que possa traçar para melhor se compreender onde está a justa medida do relacionamento entre a informação e as audiências, diria que a dualidade se assemelha a uns que comem para viver – e outros que vivem para comer.

É preciso ter audiências para justificar a informação. Mas as audiências não podem determinar a informação. Como saber, então, o ponto exacto em que deve a informação conviver com a audiência e não ser dominada por ela? Não é fácil - e, contudo, é terrivelmente simples; basta manter a referência a estes dois parâmetros: - o primeiro, a montante, sabendo distinguir produto de serviço; - o segundo, a jusante, reconhecendo as finalidades últimas da informação livre. A montante, isto é, no território do acto criador da informação, convirá que o jornalista saiba - e insista com o seu patrão - que aquilo que ele faz não é um produto, é um serviço.

É um serviço, desde logo, pelo rigor da definição das actividades económicas: trata-se de uma actividade não extractiva nem transformadora, mas terciária, logo, serviço. Mas é serviço pela diferença que faz de ser produto. Num produto, o produtor orienta a sua atenção para os desejos do consumidor, propondo-se servi-los o melhor que pode e sabe. Certo produtor de sabonetes, nos Estados Unidos, quis saber qual o critério usado pelos compradores para escolherem entre as marcas à disposição nas prateleiras dos supermercados. Colocou discretas câmaras de filmar em diversos estabelecimentos e verificou que os compradores, quase invariavelmente, aproximavam os sabonetes do nariz e escolhiam-nos pelo aroma. Mandou então embrulhar os seus sabonetes em papel perfumado e parece que aumentou exponencialmente as vendas.

Era um produto. Adaptou-o ao gosto ou aparência de gosto do freguês. E julgo que terá dormido sem remorsos. Um serviço não cura de saber só quem o recebe, mas também quem o proporciona. Ou seja: «Dou-te o que julgo que te interessa, mas só te dou até ao ponto em que me sinto capaz de dar, sendo certo que estou a dar algo de mim.» É por isso que o pudor é uma categoria jornalística. Não estou a falar do pudor sexual ou beato: estou a falar do pudor de não se ser capaz de ir para lá de limites estabelecidos pelo espelho do carácter onde a gente de bem se revê. É possível que se tenha de descer até à sarjeta para recolher destroços sociais que mereçam atenção; mas há que não os remeter ao público com o cheiro da sarjeta.

Há que colocá-los em ângulos onde possam receber a luz das estrelas, para parafrasear o que disse Oscar Wilde sobre jornais e sarjetas. O outro limite, a jusante, tem a ver com as finalidades da informação em liberdade. Para que serve a informação em liberdade? O que é que deve informar-se em liberdade? Costumamos dizer que a informação livre é o conjunto dos elementos necessários para proporcionar aos cidadãos os meios para tomarem decisões responsáveis: decisões colectivas - como votar, por exemplo - ou individuais ou familiares - como as informações sanitárias, alimentares ou de higiene, entre outras. O crivo é, então, a percepção que devemos ter sobre se determinada informação que proporcionamos ajuda ou não os destinatários a tomar decisões responsáveis; se os ajuda ou não a saber mais: mas não um saber de mera acumulação de registos ou imagens, antes um saber-substância, que nutre a capacidade do receptor para melhor se autodeterminar no contexto social. Isto é ideológico? Claro que é ideológico, como ideológica é a suposta não escolha dos que se escravizam pelas audiências.

Como super-ideológica é a ficção do jornalismo neutral, inteiramente ao serviço dos desejos do consumidor e por aí fora. Como adiante se provará. Com estas duas balizas fixadas - informação como serviço e promoção da decisão responsável - podemos encontrar as duas patologias mais comuns do jornalismo: o jornalismo panfletário e o jornalismo sensacionalista. São ambos formas exclamativas de jornalismo, um jornalismo gritado pelas manchetes ou pela emotividade dos registos vocais ou de imagem, mas não procedem os dois da mesma origem, nem têm a mesma natureza. No jornalismo panfletário, o jornalista dá-se por inteiro no serviço de informar, mas parte de tantas certezas e reduz de tal modo o ângulo de focagem e a unilateralidade que em muito pouco contribui para a produção autónoma de decisões responsáveis por parte do receptor.

O jornalismo panfletário fala para os já convencidos e pretende reforçar-lhes o argumentário e o ânimo, mais do que proporcionar o livre juízo e escolha. Mas tem de saudável, em contraponto com o jornalismo sensacionalista, o ser autêntico, sincero: o jornalista está inteiro na sua mensagem. No jornalismo sensacionalista, o autor desdobra-se desonestamente em dois para oferecer um produto que não tem a ver com ele, mas com o público consumidor - ou um certo público consumidor. Colocando-se numa posição sobranceira em relação ao destinatário, o jornalista sensacionalista oferece não aquilo em que acredita mas aquilo que acha que o pagode quer receber. O jornalismo sensacionalista parte de uma concepção de desprezo pelo público, embora se enroupe de um servilismo muito vergado ao público.

E isto traz uma intenção de fundo: não autorizar, ao público, qualquer voo mental que lhe permita tomar decisões responsáveis. Enredando o público na teia do fútil e do inútil elevados à categoria de essência do processo social, o jornalismo sensacionalista cumpre uma missão ideológica e política - a de neutralizar a capacidade de reacção popular autónoma, mantendo a opinião pública dominada à rédea curta para que a dominação se perpetue. Jornalismo panfletário e jornalismo sensacionalista, ambos embaraçam ou impedem a tomada de decisões responsáveis por parte do público. Mas o panfletário, ao menos, parte de ideais; enquanto o sensacionalista age como jagunço ideológico das forças dominantes. E, mais próximo no tempo, apareceu uma terceira patologia, decorrente das mega-empresas multimédia: o jornalismo sinergético, nome mais tecnocrático para o velho e relho jornalismo do patrão, como contraposição ao jornalismo dos jornalistas. E o que é o jornalismo sinergético - ou sinérgico, se preferirem? Sinergia, amigos!, essa é a palavra de ordem multimédia: é a estratégia de fazer repercutir, em vários média, o que é produzido por um deles. Numa primeira fase, pareceu simpático - afora o discreto surripiar dos direitos de autor... Tratava-se de aumentar a dimensão da mensagem jornalística. Mas bem depressa se percebeu que a ideia dos proprietários tinha pouco a ver com tal filantropia cultural. Não. O que se pretende, essencialmente, é mobilizar o poder de credibilidade da estrutura jornalística para promover os produtos de entretenimento que, por sua vez, são os melhores caçadores de receitas publicitárias.

Alguém de bom-senso deveria dizer aos patrões que pôr o jornalismo das suas empresas ao serviço da promoção do entretenimento é, a médio prazo matar a galinha dos ovos de oiro, porque é invariavelmente a estrutura jornalística que dá respeitabilidade a uma unidade multimédia. Mas deve ser ocioso: o patronato mediático português raciocina sempre com uma sofreguidão verdadeiramente antediluviana. Assistimos, por isso, a esta viscosa interpenetração do jornalismo com a publicidade e a promoção, quando as edições on-line de jornais já não servem só para dar notícias mas essencialmente para dar meias-notícias e mandar o público comprar a edição em papel; ou quando as transmissões de espectáculos desportivos, nas televisões - feitas ao abrigo do direito à informação - deixam de apresentar o oráculo com o tempo e resultado, para - imaginem! - fidelizar os telespectadores, impedindo-os de mudar de canal, à espera de saberem quantos há! Fidelizar - ouçam bem! - é a palavra usada por jornalistas para justificar uma infidelidade ao seu dever de informar! Escravizar - é o que é. Agrilhoar, manietar, prender. Tudo menos fidelizar. A informação fideliza pela sua qualidade e transparência, não por truques de prestidigitador de feira. Mas a sinergia chega aos píncaros quando o multimédia cria, primeiro, um evento - a que eu deveria chamar pseudíssmo-evento, para não se confundir com o conceito de pseudo-evento que deu a Daniel Boorstin tanto trabalho a criar... - produz um evento, dizia, e logo a seguir manda a informação cobri-lo, a pretexto de que é um facto, portanto, notícia. Sobre se isso ajuda ou não as pessoas a tomar decisões responsáveis, nada se diz, claro. Facto é facto, simplesmente facto - dê-se notícia.

A recente transmissão em directo, num telejornal, do jantar de reencontro de dois participantes do Big Brother, obviamente pago pela estação televisiva, é exemplar sobre a ausência de limite do que pode ser notícia, quando o critério editorial é a escravidão aos factos, mesmo que os factos sejam forjados. E ainda há mais neste atrelar dos jornalistas ao espectáculo: sabida a vocação frustrada de entertainers ou apresentadores de espectáculos de alguns jornalistas de televisão, não é difícil colocá-los no papel de coreógrafos de pandilhas a fazerem de conta que são notícia. Nesse mesmo telejornal, uns estudantes de Coimbra faziam um sit-in de protesto. Pois o repórter logo se apressou a ali colher opiniões sobre - os últimos acontecimentos no Big Brother! E não é que os estudantes responderam, entusiasmadamente, às perguntas - e se marimbaram nos motivos da sua própria luta? Se alguém queria um exemplo do que é uma definição ao vivo de «alienação», guarde para sempre essa cena. Que ainda por cima terminou com a estudantada - com uma impressionante taxa de serradura na cabeça - a terminar o directo com um coro de «a TVI em Coimbra»! Ai que giro!

Este jornalismo sinergético, doentio, é um cancro terrível que em muito pouco tempo descredibilizará a informação: o que se passou nesta campanha eleitoral para a direcção do Benfica nas televisões privadas - e dizem-me que em jornais desportivos, mas esses não acompanhei - é demonstrativo de quão baixo pode descer o jornalismo quando se põe ao serviço dos interesses empresariais do grupo do patrão. O jornalismo português tem a rara felicidade de dispor de um conjunto de leis que garantem uma clara separação entre o decisor editorial e o decisor económico num órgão de informação. Ou seja, o quadro legal permite que, em Portugal, se faça o jornalismo dos jornalistas, ao serviço do público, e não o jornalismo do patrão, ao serviço dos interesses colaterais do empregador. Basta, para isso, que os directores e os conselhos de redacção tenham respeito por si próprios, dignidade - e uma pontinha de coragem.

Autor: Oscar Mascarenhas
Recolha: JMurta
Colocado por: JMurta