Media Watch

Um olhar sobre o que se vai passando com os media

13 fevereiro 2007

Conselho da Europa alerta para perigos da concentração dos média


O Comité de Ministros do Conselho da Europa adoptou a 31 de Janeiro a Declaração sobre a protecção do papel dos média numa democracia em contexto de concentração dos média. O documento alerta os estados-membros para as potenciais consequências nefastas de uma forte concentração dos órgãos de comunicação social para os processos democráticos e para o pluralismo político.
O primeiro dos cinco pontos da declaração sublinha que é desejável uma separação efectiva e clara entre o exercício do controlo dos média e da tomada de decisões quanto ao respectivo conteúdo e o exercício da autoridade ou influência política. Quanto ao segundo ponto, chama a atenção para a necessidade de regras que garantam a transparência da propriedade dos média e impeçam níveis de concentração que ponham em risco a democracia ou o papel dos média nos processos democráticos. No ponto três é destacada a utilidade de mecanismos regulatórios e/ou co-regulatórios para monitorizar os mercados dos média e a concentração no sector que, entre outras coisas, permitam às autoridades competentes estar a par dos desenvolvimentos, aferir riscos e identificar acções preventivas ou correctivas adequadas. Por fim, nos pontos quatro e cinco, frisa-se que medidas como o financiamento adequado de um serviço público de rádio e televisão institucionalmente autónomo e editorialmente independente ou a promoção de órgãos de comunicação sem fins lucrativos podem contribuir para promover a diversidade de opiniões e contrabalançar o risco de abuso de poder mediático em situações de forte concentração dos média. Recomendações sobre diversidade de conteúdos e recuperação do serviço público Na mesma ocasião, o Comité de Ministros emitiu ainda duas recomendações, uma sobre pluralismo dos média e diversidade de conteúdos e outra sobre a recuperação do papel do serviço público na sociedade da informação. O primeiro dos documentos recomenda a adopção de regras que limitem a influência de uma só pessoa, empresa ou grupo no sector dos média; encorajem os média públicos a ter um papel activo e integrador de todas as comunidades, grupos sociais e gerações; promovam o desenvolvimento de órgãos comunitários, locais, sociais ou de minorias; e apoiem estudos científicos sobre a concentração dos média a nível nacional e transnacional. Além da inclusão destas e de outras medidas nas leis nacionais de cada Estado-membro, o Comité de Ministros do Conselho da Europa recomenda uma avaliação regular da eficácia das medidas de promoção do pluralismo e da diversidade de conteúdos à luz dos desenvolvimentos económicos, tecnológicos e sociais do sector, e a troca de informação relativa aos estudos sobre concentração e diversidade dos média. A segunda recomendação insta os estados-membros a garantir o papel fundamental dos órgãos de comunicação do serviço público no novo ambiente digital, permitindo-lhes promover uma participação democrática, social e cultural mais alargada. A recomendação contém ainda um conjunto de 33 sugestões/linhas de orientação sobre como deve ser levada a cabo a recuperação do serviço público de modo a adequar-se à sociedade da informação.
pesquisado e colocado por : Tiago Pires de Lima

26 dezembro 2006

Os privilégios dos jornalistas - Crónica de Pedro Coelho, Jornalista da SIC

Passava das dez da noite quando o pequeno avião pôde descolar da Portela. A SIC fretara o aparelho à Air Luxor para cinco jornalistas e muito material. Seguimos para os Açores, para a cobertura do acidente aéreo em S. Jorge, que matou 35 pessoas em Dezembro de 1999.

O jacto da SIC abanou a viagem inteira. Em Ponta Delgada saíram três passageiros, os outros dois seguiram para a Terceira. Terão sido os piores 40 minutos que tive em 40 anos. O piloto foi incapaz de evitar o impacto de uma nuvem carregada de água e o jacto perdeu o norte, tendo iniciada uma descida descontrolada. Parou a tempo de não termos nós a mesma má sorte dos 35 passageiros da SATA.

Sempre que volto a entrar num avião em dias de tempestade hesito; mas de que me serve hesitar?

Em Setembro de 1999, os estrangeiros que estavam em Timor-Leste a acompanhar a crise que se seguiu ao referendo da independência, saíram em bloco da ilha. As autoridades deixaram de conseguir protegê-los. Ficaram quatro jornalistas portugueses: Jorge Araújo, Luciano Alvarez, José Vegar e Hernâni Carvalho. Se não tivessem ficado, quantos dos mais frágeis teriam sobrado para contar o fim da história?

Em Abril de 2003, a 80 quilómetros de Bagdade, um despiste foi fatal para três dos ocupantes de uma viatura que seguia numa coluna em direcção à capital do Iraque. O único sobrevivente é português e chama-se Rui. O Rui do Ó é jornalista. Os dois mortos eram argentinos, igualmente jornalistas e amigos do repórter de imagem da SIC. Como se sobrevive a uma tragédia destas?

Em Novembro do mesmo ano, Rui do Ó regressa ao Iraque. Na mesma estrada, o carro onde seguia despertou a atenção de um grupo de guerrilheiros. Foram disparados tiros. Uma jornalista portuguesa, Maria João Ruela, também da SIC, foi atingida. Carlos Raleiras, da TSF, foi raptado. Rui do Ó gastou mais uma vida. Salvou-se.

Aurélio Faria e Luís Pinto, ambos da SIC, escaparam fisicamente ilesos a diversos disparos que lhes estavam destinados. No Afeganistão, em 2001.

Em 1997, no Zaire, Paulo Camacho e Renato Freitas, da SIC, filmaram uma troca de tiros e resistiram, para contar a história.

Cândida Pinto e José Maria Cyrne integraram-se num pelotão inglês no Iraque em 2003. Foram soldados, semanas a fio.

Esta lista, das sortes da guerra, deveria ser muito mais dilatada e ultrapassar muito mais o universo da SIC. Os factos apresentados servem para confirmar os "privilégios" dos jornalistas.

Estive na guerra em Junho de 91. Atravessei sozinho, de gravador e microfone, um país que não o era, a desmantelar-se. A Jugoslávia. Nunca mais tive ganas de voltar à guerra.

Por que vamos? Perguntarão muitos. E se não fôssemos? Quem contaria a história? Provavelmente, apenas os vencedores.

O conflito do Darfur matou milhares de pessoas, porque, sem jornalistas presentes, o mundo inteiro fechou os olhos à barbárie.

Quem conseguiu mobilizar a opinião pública norte-americana e acabar com o envolvimento dos EUA no Vietnam?

Quem conseguiu mudar a opinião pública norte-americana relativamente à guerra do Iraque? Em situações limite, quando um jornalista morre, é ferido, preso ou raptado em "combate", seja dentro ou fora do país, Portugal, e o Governo, mobilizam-se. Esquecemos, todos, a nossa imensa tribo incluída, os dramas e os esforços muito perto do irracional porque vamos passando no quotidiano. E são tantas as vezes em que o quotidiano dos jornalistas se faz de situações-limite.

Temos família, amigos, afectos. Temos vida, que a realidade usurpa.
Para extinguir a Caixa dos Jornalistas, o Governo assume que o faz não por razões financeiras, mas porque não pode haver classes privilegiadas.

Os jornalistas devem ser solidários com a Segurança Social, mas a Segurança Social não pode, no entender do executivo, ser solidária com as especificidades da classe. Numa lógica soviética integramos todos o pacote dos desprivilegiados.

Lógica soviética, certamente: porque também na antiga URSS haveria sempre alguns que conseguiam escapar ao nivelamento por baixo. E infelizmente nós, em Portugal, sabemos quem eles são.

in "Opinião" - SicOnline - http://sic.sapo.pt/online/noticias/opiniao/20061130+-+Os+privilegios+dos+jornalistas.htm

Pesquisado e colocado por: Gonçalo Ermida (germida)

18 dezembro 2006

Quando o filósofo francês Diderot publicou a Enciclopédia, no século XVIII, procurava ao mesmo tempo construir uma ferramenta de divulgação do saber e um armazém no qual fosse possível sistematizar todo o conhecimento da humanidade.
Dois séculos e meio depois, existe uma ferramenta electrónica, a Wikipédia, que nos pede apenas alguns segundos para sabermos em que anos foi publicada a obra dirigida por Diderot e quantos volumes, artigos ou assinantes possuía. No entanto, a enciclopédia online do século XXI não goza de prestígio igual ao das enciclopédias impressas em livro. Diz--se que é pouco fiável, quando, nas predecessoras, o erro é excepção rara. Contesta-se que possa ser editada por qualquer um e não por Voltaire ou Rousseau, como a enciclopédia original. Esses argumentos são verdadeiros mas passam ao lado do essencial.
Para o bem e para o mal, a Wikipédia não é uma enciclopédia impressa, mas uma enciclopédia electrónica. É certo que a tecnologia não muda a natureza do conhecimento - não existe um Leonardo da Vinci online e um Leonardo da Vinci offline. Mas a tecnologia altera o modo como usamos o conhecimento. E isso faz toda a diferença. A Wikipédia obedece a regras editoriais próprias da Internet que são distintas das da imprensa. Falar dessa especificidade de pouco serve, se estão em causa erros ou imprecisões. Mas é indispensável se quisermos compreender este fenómeno. E, no essencial, a principal diferença é esta: enquanto a enciclopédia clássica visa uma impossibilidade, reunir todo o conhecimento existente, a enciclopédia electrónica funciona não como um fim mas sim como um processo.
Mesmo a mais sagrada das enciclopédias é obrigada a um trabalho de actualização, através de edições anuais. Na Internet não existem "edições", mas sim uma emissão permanente. O conhecimento não é actualizado de ano para ano, mas de um minuto para o outro, em tempo real. E sem fronteiras físicas. Não se lhe pode exigir o mesm o rigor que a outras. Mas funciona como processo, isto é, lugar de passagem cuja base é a hiperligação, ou seja, a possibilidade de estabelecermos inúmeras associações a partir de um elemento dado. A Wikipédia pode não ter sempre a certeza, mas é certo que representa uma transformação profunda.
Diderot não a desdenharia.

Fonte: DN online
Recolha e Postagem: JMurta

Quando o filósofo francês Diderot publicou a Enciclopédia, no século XVIII, procurava ao mesmo tempo construir uma ferramenta de divulgação do saber e um armazém no qual fosse possível sistematizar todo o conhecimento da humanidade.
Dois séculos e meio depois, existe uma ferramenta electrónica, a Wikipédia, que nos pede apenas alguns segundos para sabermos em que anos foi publicada a obra dirigida por Diderot e quantos volumes, artigos ou assinantes possuía. No entanto, a enciclopédia online do século XXI não goza de prestígio igual ao das enciclopédias impressas em livro. Diz--se que é pouco fiável, quando, nas predecessoras, o erro é excepção rara. Contesta-se que possa ser editada por qualquer um e não por Voltaire ou Rousseau, como a enciclopédia original. Esses argumentos são verdadeiros mas passam ao lado do essencial.
Para o bem e para o mal, a Wikipédia não é uma enciclopédia impressa, mas uma enciclopédia electrónica. É certo que a tecnologia não muda a natureza do conhecimento - não existe um Leonardo da Vinci online e um Leonardo da Vinci offline. Mas a tecnologia altera o modo como usamos o conhecimento. E isso faz toda a diferença. A Wikipédia obedece a regras editoriais próprias da Internet que são distintas das da imprensa. Falar dessa especificidade de pouco serve, se estão em causa erros ou imprecisões. Mas é indispensável se quisermos compreender este fenómeno. E, no essencial, a principal diferença é esta: enquanto a enciclopédia clássica visa uma impossibilidade, reunir todo o conhecimento existente, a enciclopédia electrónica funciona não como um fim mas sim como um processo.
Mesmo a mais sagrada das enciclopédias é obrigada a um trabalho de actualização, através de edições anuais. Na Internet não existem "edições", mas sim uma emissão permanente. O conhecimento não é actualizado de ano para ano, mas de um minuto para o outro, em tempo real. E sem fronteiras físicas. Não se lhe pode exigir o mesm o rigor que a outras. Mas funciona como processo, isto é, lugar de passagem cuja base é a hiperligação, ou seja, a possibilidade de estabelecermos inúmeras associações a partir de um elemento dado. A Wikipédia pode não ter sempre a certeza, mas é certo que representa uma transformação profunda.
Diderot não a desdenharia.

Fonte: DN online
Recolha e Postagem: JMurta

Quando o filósofo francês Diderot publicou a Enciclopédia, no século XVIII, procurava ao mesmo tempo construir uma ferramenta de divulgação do saber e um armazém no qual fosse possível sistematizar todo o conhecimento da humanidade.

Dois séculos e meio depois, existe uma ferramenta electrónica, a Wikipédia, que nos pede apenas alguns segundos para sabermos em que anos foi publicada a obra dirigida por Diderot e quantos volumes, artigos ou assinantes possuía. No entanto, a enciclopédia online do século XXI não goza de prestígio igual ao das enciclopédias impressas em livro. Diz--se que é pouco fiável, quando, nas predecessoras, o erro é excepção rara. Contesta-se que possa ser editada por qualquer um e não por Voltaire ou Rousseau, como a enciclopédia original. Esses argumentos são verdadeiros mas passam ao lado do essencial.

Para o bem e para o mal, a Wikipédia não é uma enciclopédia impressa, mas uma enciclopédia electrónica. É certo que a tecnologia não muda a natureza do conhecimento - não existe um Leonardo da Vinci online e um Leonardo da Vinci offline. Mas a tecnologia altera o modo como usamos o conhecimento. E isso faz toda a diferença. A Wikipédia obedece a regras editoriais próprias da Internet que são distintas das da imprensa. Falar dessa especificidade de pouco serve, se estão em causa erros ou imprecisões. Mas é indispensável se quisermos compreender este fenómeno. E, no essencial, a principal diferença é esta: enquanto a enciclopédia clássica visa uma impossibilidade, reunir todo o conhecimento existente, a enciclopédia electrónica funciona não como um fim mas sim como um processo.

Mesmo a mais sagrada das enciclopédias é obrigada a um trabalho de actualização, através de edições anuais. Na Internet não existem "edições", mas sim uma emissão permanente. O conhecimento não é actualizado de ano para ano, mas de um minuto para o outro, em tempo real. E sem fronteiras físicas. Não se lhe pode exigir o mesm o rigor que a outras. Mas funciona como processo, isto é, lugar de passagem cuja base é a hiperligação, ou seja, a possibilidade de estabelecermos inúmeras associações a partir de um elemento dado. A Wikipédia pode não ter sempre a certeza, mas é certo que representa uma transformação profunda.

Diderot não a desdenharia.

14 dezembro 2006

TV belga provoca onda de choque – Flandres proclama a independência... a fingir

A cadeia de televisão belga RTBF interrompeu quarta-feira a programação para anunciar que «a Flandres proclamou a independência», «o rei deixou o país!» e «a Bélgica já não existe», num exercício de ficção política que fez disparar as audiências

«Isto pode não ser uma ficção»... A mensagem de alguns segundos precedeu o genérico de uma edição especial do telejornal que anunciava a secessão da Flandres.
O anúncio inesperado provocou, ao que parece, estupefacção e até o pânico de alguns telespectadores.

Muitos ficaram convencidos pelos directos, as reportagens a quente nos eléctricos bloqueados na nova fronteira e as reacções de verdadeiras personalidades políticas belgas a congratularem-se ou a denunciarem a proclamação unilateral desta independência pelo parlamento flamengo.

O número para telefonar indicado pela RTBF no início da edição especial cedo ficou saturado. «A nossa central foi inundada de chamadas e os jornais francófonos recebem também muitas reacções», indicou o porta-voz da RSBF, Bruno Deblander.

«As pessoas acreditaram e quando lhe explicamos que é uma ficção, algumas dizem que é um escândalo, outras ficam tristes ou contentes que isso seja falso», acrescentou, reconhecendo que a iniciativa podia ser «contestável e que ela seria contestada».

Mas nesta emissão que recria à sua maneira a Guerra dos Mundos de Orson Welles, a RTBF apostava em «pôr na praça pública o debate que anima todos os belgas».

Governo francófono exige investigação

Esta quinta-feira surgiram as reacções mais violentas ao que o gabinete do primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt já classificou como «uma piada de mau gosto».
«É dever da televisão pública informar correctamente o público, não criar confusão», afirmou o porta-voz de Verhofstadt.

O governo da Valónia, a região francófona da Bélgica, pede uma investigação sobre o «escandaloso» programa de meia-hora que surpreendeu o país, e questiona a ética dos jornalistas participantes.

Um país dividido

A Bélgica é um reino dividido entre três comunidades linguísticas (flamenga, francófona e alemã) e três regiões federais (Flandres, Valónia e Bruxelas). A Flandres, que é simultaneamente uma comunidade e uma região, representa metade mais de metade de todos os belgas e quase metade do território nacional.

Nesta região, que ocupa o Norte da Bélgica, vivem 6 milhões de flamengos, um povo germânico que fala uma série de dialectos próximos do Neerlandês (a língua da Holanda). Quase metade dos flamengos não fala o Francês, o idioma da zona Sul da Bélgica.

A Flandres é também historicamente mais rica e industrializada que a Valónia (a região francófona do Sul), factor apontado pelos independentistas como mais um motivo para a separação, uma vez que estes argumentam que os francófonos vivem à custa da região do Norte.

Recolha e Colocação: André Pereira
Fonte: Sol

13 dezembro 2006

sites de interesse ao nivel mediatico

Projectcensored.org Neste site encontramos as notícias que não chegaram a ser notícia. A ideia surgiu há vários anos nos Estados Unidos, mas continua bastante actual. Com frequência, há histórias novas e anualmente é feito o Top 25 apenas com as melhores. Algumas não chegaram aos jornais, rádios e televisões porque estão incompletas, outras chegaram lá, mas não tiveram muito destaque.

The Daily Nightly Algumas notícias merecem uma leitura mais atenta, uma opinião critica e comentários. Sendo assim, para além da televisão, das rádios e dos jornais, agora existe o “The Daily Nightly” na Internet.

Fonte: Info 3 net - Antena3 (http://www.rtp.pt/wportal/antena3/index.php?article=2014&visual=1)
Recolha e postagem: Gonçalo Ermida

10 dezembro 2006

Projectos a realizar pela ERC

Para além da actividade corrente de regulação, nomeadamente a apreciação de queixas, direitos de resposta e registos, enunciam-se a seguir algumas das principais iniciativas de regulação a empreender pela ERC nos próximos meses.


I. Reunião com directores de informação dos canais de televisão
O Conselho Regulador realizou no passado dia 29 uma reunião de trabalho com as direcções de informação da RTP., SIC, TVI; SIC-Notícias e RTP-N onde foram apresentadas e discutidas as linhas orientadoras da monitorização da informação televisiva que a ERC tem estado a trabalhar e que vão abranger, numa segunda fase a imprensa e a rádio.
Enunciam-se, sucintamente, os objectivos da monitorização da informação televisiva:
- Garantir a transparência e o rigor das decisões do Conselho Regulador no exercício das suas competências de regulação;

- Verificar o cumprimento da legislação aplicável ao sector




- Obter dados fiáveis e sistemáticos sobre os conteúdos emitidos;
- Adoptar procedimentos padronizados de recolha de informação de forma sistemática e racionalmente controlada;
- Efectuar análises comparativas entre meios e identificar tendências na informação emitida;
- Produzir relatórios periódicos sobre os resultados da monitorização
- Emitir, quando se justifique, recomendações aos operadores

A monitorização abrange conteúdos informativos da televisão, da imprensa e da rádio, de acordo com plano a seguir exposto).

1ª. Fase: (início: Outubro de 2006)
a) Televisão: canais generalistas de sinal aberto - RTP 1, SIC; TVI:
Blocos informativos das 20h00
Programas de informação: entrevista, debate, comentário político
b) Imprensa do sector público:
Jornal da Madeira; Diário do Alentejo
c) Imprensa de informação geral de âmbito nacional:
Diário de Notícias; Público; Jornal de Notícias; Correio da Manhã; Expresso; Sol; 24 Horas
d) Imprensa económica:
Diário Económico; Semanário Económico; Jornal de Negócios
2ª. Fase: (início em Março de 2007)
d) RTP 2 e canais temáticos do cabo dedicados à informação:
SIC Notícias; RTPN (blocos informativos das 21h00, 22h00 e 23h00, por amostragem)
e) Rádios: Antena 1, Rádio Renascença, TSF e Rádio Clube Português
f) Revistas generalistas - Visão, Focus, Sábado




II. Pluralismo no Serviço Público de Televisão
Está em curso a preparação de uma proposta sobre o pluralismo no serviço público de televisão que será em breve apresentada aos partidos políticos e à RTP, com o objectivo de encontrar uma plataforma de entendimento que garanta o respeito das obrigações do operador público em matéria de pluralismo político e evite ou diminua as queixas frequentes que chegam à ERC sobre esta matéria. Trata-se de propôr a ambas as partes um instrumento de co-regulação, á semelhança, aliás, do que é feito por reguladores de outros países. A ERC fornecerá, em breve informação mais detalhada sobre este tema.

III. Outras iniciativas de co-regulação no domínio da imprensa regional e local e das autarquias
Com o objectivo de responder a solicitações oriundas quer de autarquias quer de órgãos de imprensa, no sentido de que a ERC exerça alguma forma de mediação e co-regulação em matérias como a publicidade, entre outras, o Conselho Regulador iniciará proximamente contactos nesse sentido.

IV. O chamado “caso Manuel Maria Carrilho”
O Conselho Regulador definiu já uma metodologia para início dos procedimentos, tendo identificado as problemáticas suscitadas por esse caso, entre as quais se destacam:
- As relações entre o campo jornalístico e o campo político;
- A autonomia profissional dos jornalistas;
- A influência das agências de comunicação na informação publicada;
Foi, por outro lado, seleccionado um conjunto de personalidades das áreas do jornalismo, das agências de comunicação, académicos da área dos media e juristas, que o Conselho Regulador convidará a pronunciarem-se sobre as problemáticas identificadas como relevantes para a abordagem deste caso.

V. Estudo de Recepção de Media
O Conselho Regulador dirigiu convite a Universidades, Escolas Superiores e Centros de Investigação a apresentarem proposta de candidatura para a realização de um Estudo de Recepção. O objectivo fundamental deste estudo é a caracterização (quantitativa e qualitativa) dos públicos dos diferentes meios de comunicação social e a maneira como percepcionam os conteúdos difundidos.
Outro objectivo fundamental do estudo é a identificação de “públicos sensíveis” ou de públicos específicos, bem como a caracterização das suas necessidades, expectativas e opiniões face aos conteúdos mediáticos.
As propostas recebidas encontram-se em fase de apreciação.

Lisboa, 7 de Dezembro de 2006

in "Clube de Jornalistas - http://www.clubedejornalistas.pt/DesktopDefault.aspx?tabid=858 "
recolha e postagem: Gonçalo Ermida (germida)

08 dezembro 2006

ERC rejeita acusação de censura na RTP


Fonte: Diário de Noticias
Recolha & Postagem: Igor Pinto